domingo, 21 de novembro de 2010

“Meu quartinho escuro e bagunçado”


O uso de metáforas é comum pelos pacientes em processo de psicoterapia. Sabe-se que não é sempre possível colocar em palavras o que está no âmbito do sentimento, da emoção, do coração... A metáfora permite que o paciente simbolize o que está no âmbito do vivido e que o terapeuta se aproxime do fenômeno relatado.

A psicoterapia pode ser descrita de diversas maneiras. Recentemente ouvi uma metáfora de uma paciente que considerei bastante pertinente quanto a este tipo de tratamento.

Ela disse sentir como se fosse uma casa que tivesse várias salas ou quartos e que a terapia a permitia passear nesses lugares. Nesta casa, relatou a paciente, havia um quartinho fechado e escuro em que ela se permitia adentrar na terapia e lançar luz nele aos poucos. Esse quarto era repleto de coisas bagunçadas e ela sentia que aos poucos estava colocando-as no lugar. Um sentimento de estranhamento e de medo eram relatados durante o processo de arrumação do quarto. Interessante constatar que após algumas sessões ela conseguiu fazer uma escolha muito importante, que mudaria toda a sua vida.

Um dicionário online definiu metáfora da seguinte forma: “Tropo em que a significação natural de uma palavra é substituída por outra, só aplicável por comparação subentendida” (Dicionário Priberam da língua portuguesa).

Vejamos alguns exemplos:

“Estou sem chão”

“meu relacionamento ta uma merd....”

“Pareço um tapete”

“minha vontade é de voar”

“sinto-me um balão”

“preciso mudar da água para o vinho”

“chorei um rio de lágrimas”

Vejamos outro conceito possível: “Metáfora é uma figura de estilo que consiste na comparação de dois termos sem o uso de um conectivo” (Wikipédia – a enciclopédia livre). No caso da psicoterapia a comparação quase sempre é de si com algo, ou de um sentimento ou situação em que o paciente está implicado sendo comparado com algo.

Percebe-se que a criatividade no uso de metáforas é uma forma de dar côr à dor do paciente e ajuda o terapeuta a compreender melhor esta dor.

Sabe-se que as palavras são importantes, mas nem sempre suficientes para a expressão do sofrimento. Estejamos atentos, até mesmo no nosso dia-a-dia ao que está nas entrelinhas das falas da pessoas, pois isso pode nos ajudar a manter melhor nossos relacionamentos por nos oferecer oportunidade de nos aproximar do outro, compreendê-lo e até mesmo amenizar a dor existencial, pois para doer o coração, basta existir!

Todos nós temos um quarto escuro sobre o qual é necessário lançar luz. Só assim é possível o auto-conhecimento. Porém, é necessário mais do que lançar luz, é necessário ser corajoso o bastante para começar a mudar as coisas de lugar. De nada adiantaria apenas olhar e perceber a bagunça, é preciso isto ser acompanhado de ações. Algumas escolhas permitem esta mudança e a psicoterapia não é o único caminho, mas é um dos possíveis para a transformação.

Janaina Bahia – Psicóloga - Serena Psicologia; professora de Psicologia da religião e aconselhamento cristão da faculdade de teologia FATADEB.

domingo, 24 de outubro de 2010

Administração de Tempo


Uma grande angústia do ser humano é a maneira de administrar corretamente o tempo. Isto por que a cada dia, se você for como eu, quer colocar uma atividade atrás da outra. Só que o dia tem apenas 24h! E a maioria das pessoas precisa dormir 8h e ainda temos os grandes desperdiçadores de tempo.

E aí? Como fazer?

Tenho algumas dicas:

  1. Tenha metas: priorize o que quer. E escolha no máximo três metas, isto para que você consiga vencê-las. Esqueça aquelas longas listas de fim de ano.
  2. Diferencie URGENTE de IMPORTANTE. Importante é aquilo que você precisa fazer para sexta-feira (por exemplo) e urgente é para amanhã pela manhã. As pessoas que administram mal o tempo deixam as coisas importantes virarem sempre urgentes.
  3. Coloque na sua conta de tempo os imprevistos. Assim, você evita chegar atrasado ou esbaforido...
  4. Organize o seu tempo de forma que algumas atividades terão sempre um horário: hora da malhação, hora de responder e-mails, a hora de descansar.
  5. Aprenda a dizer não e delegue ações. Senão você corre o risco de abraçar o mundo com as pernas...

Por fim, respire profundamente várias vezes ao dia – para diminuir a ansiedade. Seja flexível com a vida, deu deu, não deu, não deu...E se possível exercite-se, procure um hobby e consiga organizar o seu dia de forma que ele fique prazeroso e leve. Administração de tempo tem muito a ver com a sanidade mental. E mais uma dica: na hora das refeições desligue o seu celular!

No próximo post, vou falar sobre administração de tempo para crianças...Aguardem!!!

Um forte abraço a todos!

Luciana Brasil – Psicóloga Clínica com Especialização em Teoria Cognitivo-Comportamental

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Diagnóstico de Internet:

No consultório recebemos alguns pacientes com o diagnóstico realizado por eles mesmos... Isto por que aliando descrições, comportamentos, sintomas e o largo uso da internet, eles chegam a um rótulo final para o problema.

E aí por que procurar um especialista então?

Coloco aqui a importância de um profissional para fechar o diagnóstico “médico”, aquele ligado ao número do CID. Quando o paciente chega com este número concluído pode até dificultar o diagnóstico profissional, além de se sugestionar com algum sintoma.

(Vou contar uma coisa... se abrirmos o DSM IV – vamos achar que temos todas as doenças mentais...rs)

Mas, em saúde mental, o diagnóstico ambiental é muito importante.

O que significa isto?

Precisamos fazer intervenções no que está mantendo o comportamento inadequado. O cid ou o rótulo que a criança tem um Distúrbio Desafiador Opositivo – cid F91.3 serve apenas para guiar os profissionais da área médica. O que mantém esta criança burlando regras? Os pais são presentes e coerentes na educação? O que acontece quando ele desobedece? È preciso fazer uma análise funcional do comportamento para podermos orientar esta família e para que o comportamento desviante entre em extinção.

Assim, cada paciente é um ser diferente com sua história de vida, privações e reforçamento. Dois irmãos tiveram a mesma educação, mas são pessoas completamente diferentes no seu modo de pensar e de agir perante a vida. Isto por que cada um responde ao mesmo estímulo de forma diferente.

Outra coisa: sintoma é diferente de Síndrome. Estes dias, uma paciente minha disse que tinha TOC – Transtorno Obsessivo Compulsivo. Perguntei o porquê e ela me respondeu que gostava das coisas alinhadas, arrumadas e no lugar. Perguntei se isto incomodava e a atrapalhava no seu dia a dia (fator imprescindível para o fechamento do rótulo), ela disse que não.

E aí penso num caso que atendi: a senhora de meia idade usava fraldas para não ir ao banheiro público. Ia ao trabalho de fraldas, festas de fraldas e ali fazia as necessidades, sem utilizar o banheiro de “lugares estranhos”. Esta sim, era portadora de TOC. Imagina o dia a dia desta pessoa, como a doença atrapalhava o seu cotidiano.

Na minha forma de atuação, trabalho muito com psico-educação. Após algumas consultas de avaliação, mostro ao paciente e familiares o que está acontecendo com ele. E, inevitalmente, vou descrever o quadro de acordo com o CID. È importante salientar que o paciente e a família devem conhecer os sintomas, entender a doença para conseguir prever uma recaída, por exemplo. Afinal, na psicoterapia é imprescindível que o paciente reconheça o que sente e o que pensa.

Por fim, temos que usar a internet como aliada e não como o profissional. Após uma consulta, é saudável olhar o que está acontecendo... Mas, cuidado com os sites! Prefira os sites ligados a universidades. Esta é a dica!

Bom feriado para vocês!

Um forte abraço,

Luciana Brasil

Psicóloga com formação em Análise do Comportamento e Especialização em Teoria Cognitivo-Comportamental

sábado, 9 de outubro de 2010

Consumismo: um novo valor em nossa sociedade?


Hoje estava pensando sobre o consumismo em nossas vidas. E percebo que a cada dia, se não tomarmos cuidado, ele toma conta da nossa vida, do nosso dia-a-dia, do nosso tempo livre. Quando eu era criança ganhava brinquedo apenas nas datas comemorativas, a minha filha tem uma eternidade de bonecas Barbie... O custo ficou mais barato. Mas, temos que comprar mais e mais para sermos “aceitos” numa sociedade ou numa classe social.

Brasília possui um nível econômico altíssimo comparado a outras cidades do país, mas possui também o maior endividamento nacional. Aqui todo mundo tem um empréstimo, está no cheque especial, etc...

Mas, o que ta acontecendo com as pessoas?

Tenho algumas hipóteses:

  1. A auto-estima está muito ligado com o “outro-estima”. Precisamos ter as coisas da moda, o carro do ano, para nos sentirmos bem. Cadê os valores?

  1. O auto-controle, característica importante para quadros de dependência química, obesos, está comprometido em compradores compulsivos. Eu quero o imediato, não quero esperar um pouquinho...

  1. As relações interpessoais estão muito relacionadas ao ter e não ao ser.

Há um tempo atrás vi uma notícia do Instituto Akatu (www.akatu.org.br) que falava sobre dar um celular ao seu filho com 4 anos corresponde a um imóvel aos 18 anos. Qual conceito queremos passar para estas crianças?

Por fim, coloco a importância de pensarmos e refletirmos antes de comprar para evitar que um carro vire um armário cheio de roupas e sapatos...rs

Um forte abraço,

Luciana Brasil – Psicóloga Clínica com Especialização em Teoria Cognitivo-Comportamental

Para ler mais:

  1. Consumo consciente emagrece em:

http://www.akatu.org.br/central/especiais/2010/consumo-consciente-emagrece

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Dicas de como melhorar a memória

Como havia prometido, vou falar um pouquinho de como podemos melhorar continuamente a nossa capacidade de memorizar.

Primeiramente, vamos a técnica do uso e desuso. Se não utilizamos pra que o organismo deixar funcionando tinindo... Por exemplo, quando você quebra um membro e este fica imobilizado com gesso alguns dias, não tem que fazer fisioterapia? Por que você deixou de usar...

Assim, quando não era costume – nem existia – o tal do celular, sabíamos os números de telefones de muitas pessoas. Hoje caso perdemos o aparelhinho, perdemos a nossa vida... Isto é uma muleta.

Muleta mnemônica é aquele instrumento que te ajuda a lembrar. E aí temos as boas e as más muletas: as boas são aquelas que realmente ajudam no cotidiano e que seria impossível guardar e as más são aquelas que atrofiam a nossa capacidade de reter e armazenar as informações.

Para refletir:

  1. Você sabe todas as senhas dos cartões? Se tiver muitos, pode ser uma boa muleta, mas do contrário...
  2. Você precisa anotar os itens que vai comprar na mercearia, mesmo quando são menos de dez? Muleta do MAU...

Até por que ficaríamos loucos se lembrássemos de tudo... Imagina, lembrar de todos os comerciais de televisão que assistimos, lembrar da placa do seu primeiro carro, do número do primeiro telefone, de quantas vezes o seu telefone tocou, enfim... A memória perde de 90% a 95% da informação que é recebida a cada dia, pois ela não vai guardar o que inútil para você. Não vai gastar espaço com bobagens.

Daí, percebemos que a memória está ligada com emoção, pois guardamos o que é importante para nós. (esquecemos as datas de aniversário de namoro, isto é assunto para um outro post sobre a diferença entre homens e mulheres...rs)

Algumas dicas são bem legais para aguçar a memória:

- Veja um filme ou leia um livro e tente conta-lo várias vezes (para pessoas diferentes...rs);

- Tente associar o rosto da pessoa com o nome desta. Por exemplo, tenho uma amiga que tem o sobrenome Perdigão. Eu sempre brinco que ela não é a Sadia..rs (meio bobo, mas funciona);

- Colecionar coisas é um ótimo passatempo para ativar a memória. Isto por que você organiza, lê sobre o assunto..etc

- Fazer diário é excelente para a memória recente. Saber o que fez no dia. Você lembra o que comeu ontem? Com que roupa foi trabalhar?

- os famosos sudoku, palavras cruzadas, jogo dos sete erros, xadrez, memória também são bastante úteis para este fim;

- por fim, repetição: quem está estudando para concurso vale aquele velho ditado “ água mole em pedra dura tanto bate até que fura.” Os publicitários sabem muito bem disso. Os slogans passam tantas vezes que guardamos rapidamente. Quem não sabe o que é VIVER SEM FRONTEIRAS ou UMA BOA IDÉIA ou È IMPOSSÌVEL COMER UM SÓ.

Acho que é isso!

Um abraço a todos!

Luciana Brasil

Psicóloga Clínica com Especialização em Terapia Cognitiva Comportamental.

Memória e Esquecimento:

Uma queixa comum no consultório é a dificuldade de memória. E dentre os mais queixosos, estão sem dúvida, os deprimidos e os ansiosos. Isto por que estes quadros alteram em muito a capacidade de concentração.

Mas, o que é a Memória?

Memória é a capacidade mental de reter, recuperar, armazenar e evocar informações disponíveis. Assim, é a base de todo o Saber.

E a memória tem algumas regrinhas:

1. A memória está ligada a uma alimentação saudável: afinal, um estilo de vida saudável é fundamental para um bom funcionamento do cérebro. Por isso, procurem ter uma alimentação balanceada.

2. A memória é relacionada com sono regular e de boa qualidade: isto por que o sono é indispensável para a restauração do bem-estar físico e psicológico. È por isso, que dormimos cerca de um terço de nossas vidas.

3. Memória, Estresse e Ansiedade: as emoções podem causar interferências e tensão nervosa e determinar os “brancos”, os bloqueios de memória. Aqui posso citar os famosos brancos de provas de concurso ou o esquecimento do nome do chefe. Tudo por conta da pressão... do nervosismo. Assim, relaxar, respirar com o diafragma (profundamente e de forma vagarosa) é uma boa opção nestas horas.

4. Memória e Atenção: dois mecanismos interligados

Atenção vem do latim Pad tendere = estender para que significa mobilizar todos os seus sentidos para apreender ou tomar posse do ambiente. Se não estamos atentos, então como vamos guardar as informações?

Lembro-me de uma paciente que ficou horas procurando o carro num estacionamento de Shopping em volta de intermináveis GX lances de garagem. E chegou ao consultório queixando-se da memória, mas isto é atenção. Ela simplesmente não prestou atenção ao sair do carro.

Quer uma dica? Sempre anote no canhoto do estacionamento o número e a letra que está parando, como L3. Foque e não esqueça!

Assim, antes de falar que está com uma memória muito ruim ou quase um portador de Alzhemeir observe os seus hábitos de vida. Sanidade mental tem muito a ver com boa memória.

No próximo post, irei dar algumas dicas para ativarmos a nossa memória.

Um forte abraço a todos!

Luciana Brasil

Psicóloga Clínica da Serena Psicologia e Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental

Pedido de Desculpas e Reativação do Blog:


Boa Noite!

Primeiramente peço desculpas a todos que tem acompanhado o blog pelo afastamento de novos posts.

Na verdade, gosto muito de escrever, mas confesso que não tenho administrado o meu tempo da melhor forma.

Daí, reinauguro o blog com um tema que gosto muito: Memória!

Boa leitura a todos!

E obrigada pelo carinho imenso que tenho recebido!

Luciana Brasil

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

PolíticasFeministas

Pessoal, esse é um ótimo texto. Divirtam-se!!!

Abç,
Sofia Lisboa


PolíticasFeministas-BellHooks
POLÍTICAS FEMINISTAS* sexismo (cs) [De sex(i)- + -ismo.] Substantivo masculino. 1.Atitude discriminatória em relação ao sexo oposto.
Posto de maneira simples, feminismo é um movimento para acabar com o sexismo, a exploração e a opressão sexistas. Esta foi a definição que ofereci em Feminist Theory: from margin to center há mais de 10 anos. Minha esperança era de que então ela se tornasse uma definição comum que todo mundo usaria. Eu gostava dela porque não significava que os homens eram o inimigo. Denunciar o sexismo como o problema foi direto ao cerne da questão. Praticamente, é uma definição que indica que toda ação e pensamento sexistas são o problema, seja quem for que perpetue isto, mulher ou homem, criança ou adultæ. E é também ampla o bastante para incluir um entendimento de sexismo sistemático institucionalizado3. Como definição, é aberta. A compreensão do que é feminismo implica que a pessoa tem que necessariamente entender o que é sexismo. Como muitas ativistas a favor de políticas feministas sabem, muitas pessoas não entendem o que é o sexismo, ou se entendem, elas não pensam que seja um problema. Milhares de pessoas pensam que feminismo é sempre e somente sobre mulheres buscando ser iguais a homens. E uma grande maioria dessas pessoas acha que feminismo é anti-homem. O desconhecimento que elas têm sobre políticas feministas reflete a realidade de que muitas delas aprendem sobre feminismo nos meios patriarcais de comunicação de massa. O feminismo de que elas tanto ouvem é protagonizado por mulheres que estão primeiramente comprometidas com a igualdade de gênero – salários iguais para funções iguais, e algumas homens dividindo com as mulheres os cuidados da casa e das crianças. Elas vêem que aquelas mulheres são usualmente brancas e materialmente privilegiadas. Elas sabem, pela imprensa, que a liberação feminina focaliza a liberdade de fazer abortos, de ser lésbica, a reação ao estupro e à violência doméstica. Dentro dessas questões muitas pessoas concordam com a idéia de igualdade entre gêneros no local de trabalho – salários iguais para funções iguais. Como nossa sociedade continua a ser, antes de tudo, de uma cultura "cristã", milhares de pessoas continuam a acreditar que deus ordenou que as mulheres fossem subordinadas aos homens no trabalho doméstico. Mesmo que muitas mulheres tenham entrado no mercado de trabalho, mesmo que muitas famílias sejam chefiadas por mulheres que são as únicas provedoras, a visão de vida doméstica que continua a dominar o imaginário nacional é uma em que a lógica da dominação masculina está intacta, estando os homens presentes nos lares ou não. A noção distorcida sobre o movimento feminista que o entendeu como anti-homem trouxe consigo a assunção distorcida de que todos os espaços femininos seriam necessariamente ambientes em que o pensamento patriarcal e sexista estaria ausente. Muitas mulheres, mesmo aquelas envolvidas em políticas feministas, escolheram também acreditar nisto. Houve, de fato, uma grande porção de sentimento anti-homem entre as ativistas da primeira onda feminista que estavam respondendo com raiva à dominação masculina. Essa raiva ante a injustiça foi o impulso da criação de um movimento de libertação feminina. Nos primórdios do feminismo, muitas das ativistas (a maioria das quais era mulheres brancas) tiveram sua consciência despertada sobre a natureza da dominação masculina quando elas estava trabalhando em ambientes anti-classista e anti-racista com homens que estavam proclamando a importância da liberdade enquanto subordinavam mulheres em suas categorias. Não importando que fossem mulheres brancas lutando pelo socialismo, mulheres negras lutando pelos direitos civis e libertação negra, ou mulheres indígenas lutando por direitos indígenas, estava claro que os homens queriam liderar, e queriam que as mulheres os seguissem. A participação nessas lutas radicais pela liberdade acordou o espírito de rebelião e resistência das mulheres progressistas e as levou em direção à libertação feminina contemporânea.\\ Conforme o feminismo contemporâneo progrediu, conforme mulheres foram percebendo que os homens não eram o único grupo na sociedade que sustentava comportamento e pensamento sexistas – percebendo que mulheres podiam ser tão sexistas quanto eles –, o sentimento anti-homem não mais conformou a consciência do movimento. O foco mudou para um esforço geral em criar justiça de gênero. Mas mulheres não poderiam se unir a um outro feminismo sem confrontar nosso pensamento sexista. A sororidade não poderia ser poderosa enquanto as mulheres estivessem competitivamente em guerra umas contra as outras. Visões utópicas de uma sororidade baseada unicamente na consciência da realidade de que todas as mulheres estavam, de alguma maneira, vitimadas pela dominação masculina começaram a ser rompidas por discussões de classe e raça. Discussões sobre diferenças de classe aconteceram cedo no feminismo contemporâneo, precedendo discussões sobre raça. Diana Press publicou em sua coleção de ensaios Classe e Feminismo idéias revolucionárias sobre divisão de classe entre mulheres no início dos anos 70. Essas discussões não vulgarizaram a insistência feminista no mote de que "a irmandade é poderosa", elas simplesmente enfatizaram que só podíamos nos tornar irmãs na luta através da confrontação das maneiras que as mulheres – pelo sexo, classe e raça – dominavam e exploravam outras mulheres, e criaram uma plataforma política que dava lugar a essas diferenças. Mesmo que mulheres negras individualmente4 fossem ativas no movimento feminista contemporâneo desde seus primórdios, elas não foram os sujeitos que se tornaram "estrelas" do movimento, que atraíram a atenção dos meios de comunicação. Muitas vezes mulheres negras individualmente ativas no movimento feminista eram feministas revolucionárias (como muitas brancas lésbicas). Elas já estavam em divergência com feministas reformistas que terminantemente queriam projetar uma imagem do movimento como sendo somente sobre mulheres ganhando igualdade com homens no sistema existente. Mesmo antes que raça se tornasse uma questão debatida em círculos feministas estava claro para as mulheres negras (e para suas aliadas revolucionárias na luta) que elas nunca teriam igualdade dentro do patriarcado de supremacia branca capitalista existente. Desde seus movimentos iniciais o movimento feminista estava dividido. Pensadoras reformistas decidiram enfatizar a equiparação de gênero. pensadoras revolucionárias não queriam simplesmente alterar o sistema vigente para que as mulheres ganhassem mais direitos. Nós queríamos transformar esse sistema, trazer um fim ao patriarcado e ao sexismo. Como os meios de comunicação patriarcais não estavam interessados numa visão mais revolucionária ela nunca recebeu atenção na imprensa dominante. A imagem de "liberação feminina" que capturou e ainda conforma o imaginário público era aquela que representava as mulheres desejando o que os homens tinham. E essa foi a imagem mais fácil de realizar. Mudanças na economia nacional, depressão econômica, desemprego e coisas do tipo fizeram o clima oportuno para as pessoas desta nação aceitassem a noção de igualdade de gênero no mercado de trabalho Dada a realidade do racismo, fazia sentido que os homens brancos estivessem dispostos a considerar os direitos de mulheres quando a garantia de tais direitos pudesse servir aos interesses de manutenção da supremacia branca. Nós não podemos jamais esquecer que mulheres brancas começaram a declarar sua necessidade de liberdade depois dos direitos civis, justamente no momento em que a discriminação racial estava acabando e pessoas negras, especialmente homens negros, poderiam vir a conquistar igualdade com homens brancos no mercado de trabalho. O pensamento do feminismo reformista que enfatizou a equiparação com homens no mercado de trabalho ofuscou as fundações originais de radicalidade do feminismo contemporâneo que clamava por reformas bem como por pela reestruturação total da sociedade para que a nação fosse fundamentalmente anti-sexista. Muitas mulheres, especialmente brancas privilegiadas, pararam mesmo de considerar as visões feministas revolucionárias uma vez que começaram a ganhar poder econômico dentro da estrutura social existente. Ironicamente, o pensamento feminista revolucionário era mais aceito e acolhido nos círculos acadêmicos. Nesses círculos a produção de teoria feminista revolucionária progrediu, mas ela era freqüentemente inacessível ao público. Ela se tornou e permanece um discurso privilegiado disponível para aquelas entre nós que somos altamente escolarizadas, bem instruídas e usualmente privilegiadas materialmente. Trabalhos como "Feminist Theory: from margin to center", que oferecem uma visão libertadora da transformação feminista, nunca receberam atenção da imprensa dominante. Milhares de pessoas nunca ouviram falar desse livro. Elas não rejeitaram a mensagem que ele traz: elas nem sabem que mensagem é essa. Enquanto era interessante para o patriarcado de supremacia branca capitalista dominante apagar o pensamento feminista revolucionário que não era anti-homem nem voltado à garantia do direito de mulheres serem iguais a homens, feministas reformistas também ansiavam por silenciar sua força. Feministas reformistas começaram sua caminhada por mobilidade social. Elas podiam se libertar da dominação masculina no mercado de trabalho e ser mais autônomas em seus estilos de vida. Enquanto o sexismo não acabava, elas podiam maximizar sua liberdade dentro do sistema sexista. E elas poderiam contar com a existência de uma classe social mais baixa de mulheres exploradas para fazer o trabalho sujo que elas se recusavam a fazer. Pela aceitação e mesmo colaboração com a subordinação de mulheres operárias e pobres, elas não só se aliaram ao patriarcado existente e seu sexismo concomitante, mas se deram o direito de levar vidas duplas em que eram iguais aos homens quando no mercado de trabalho, e em casa quando quisessem ser. Se elas fossem lésbicas5 teriam o privilégio de ser iguais aos homens no mercado de trabalho enquanto usufruíam do poder de classe para criar estilos de vida doméstica em que podiam escolher ter pouco ou nenhum contato com homens. Feminismo como estilo de vida levou à noção de que poderia haver tantas versões de feminismo quanto houvesse mulheres. De repente, a política foi lentamente removida do feminismo. E a noção imperante foi de que não importa a perspectiva política de uma mulher, seja ela conservadora ou liberal, ela pode encaixar o feminismo em seu modo de vida. Obviamente tal noção fez o feminismo mais palatável porque traz dentro de si a idéia de que as mulheres podem ser feministas sem questionar e mudar fundamentalmente a si mesmas ou sua cultura. Por exemplo, vamos pegar a questão do aborto. Se o feminismo é um movimento para acabar com a opressão sexista, então uma pessoa não pode ser anti-escolha e ser feminista. Uma mulher pode ser veemente em dizer que nunca escolherá por fazer um aborto ao mesmo tempo em que afirma seu apoio ao direito que as mulheres têm de escolher abortar e ainda ser uma ativista de políticas feministas. Ela não pode ser anti-aborto e ser uma ativista feminista. Da mesma forma, não pode haver algo como "feminismo de poder" se a visão de poder evocada é poder conseguido graças à exploração e opressão de outras pessoas. As políticas feministas estão perdendo terreno porque o movimento feminista perdeu definições nítidas. Nós temos essas definições. Vamos retomá-las. Vamos compartilhá-las. Vamos começar de novo. vamos fazer camisetas e adesivos de pára-choque e cartões postais e hip-hop, comerciais de televisão e rádio, anúncios em todo lugar e em outdoor, e todo tipo de material impresso que fale para o mundo sobre feminismo. Nós podemos compartilhar a mensagem, simples mas poderosa, de que feminismo é um movimento pela eliminação da opressão sexista. Vamos começar com isto. Deixar o movimento recomeçar.
notas1- Tradução livre de Feminist Politics – where we stand, primeiro capítulo de Feminism is for everybody, bell hooks. publicado pela south end press, cambridge - ma, 2000.2-bell hooks é uma das autoras feministas negras que mais tem produzido trabalhos, artigos e livros sobre feminismo e educação de uma perspectiva de raça e radicalmente engajada com transformações sociais, culturais, políticas e íntimas.3- O patriarcado, como hooks indica na introdução do livro.4- no sentido de estarem agindo isoladamente, não organizadas em coletivos de mulheres negras.5- hooks usa "se elas escolhessem o lesbianismo" mas esse termo não parece condizente com as demandas de muitos movimentos de lesbiandade, homo e transexualidade que preferem "orientação sexual" à "escolha" ou "opção". acho que a autora tenta fazer, no próprio uso do termo usado, uma provável crítica à lesbiandade como escolha guiada pelo que é mais conveniente, confortável ou mesmo na moda, lesbiandade como comportamento ou estilo de vida. mas é difícil conciliar uma idéia de "conforto" com lesbiandade quando vivemos numa sociedade tão violentamente lesbofóbica. o próprio termo "estilo de vida" deve ser problematizado pela carga liberal y consumista que tem, quando evoca uma escolha que se faz entre tantas outras pelo que é mais aceitável socialmente, o que soa um pouco como campanha publicitária de cigarro. isso não ressoa muito uma orientação deliberada por determinado caminho ou modo de viver, se relacionar afetivo-sexualmente. bell hooks foi muito criticada, na década de 70, por ativistas lesbianas por publicar um livro sobre mulheres negras bastante heterocentrado, em que não abordou relações lesbianas. em outro capítulo de "feminismo é pra todo mundo", ela discute isso.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A política no Brasil é uma piada?

Boa dia amigos(as) do blog Serena Psicologia.
Hoje estou com uma inquietação especial, pois em período eleitoral sempre fico mais angustiada e descrente com a política do Brasil.
Há alguns dias tenho pesquisado sobre os candidatos para responder àquela pergunta natural: Em quem vou votar??
Confesso que estou com inúmeras dificuldades e chego a afirmar que a política no Brasil é realmente uma PIADA!!
A história legislativa deste país é realmente de assustar e o POVO, teoricamente detentor do poder, oferece de bandeja a direção de suas vidas a corruptos e desonestos. Pergunto-me: será que o povo brasileiro possui algum tipo de quadro demencial que os impede de lembrar do passada do candidatos? Ou será que são demasiado perversos que só pensam em benefício próprio, fazendo campanhas para candidatos que oferecem lotes, "esmolas"?
Não me ausento desta discussão, pois afinal de contas também sou o POVO. Incluo-me na categoria dos que até possuem algum entendimento sobre o bem estar coletivo e, no entanto, é omisso e não cobra dos políticos que elegeram o plano de gorverno prometido.
Façamos uma analise da campanha de Tiririca para Deputado Federal do estado de São Paulo/ 2010.

Fala 1
Tiririca: Quero ser deputado federal para ajudar os mais necessitados,
inclusive a MINHA FAMÍLIA. (configuraria nepotismo?)
Fala2
Tiririca: O que um Deputado Federeal faz? Na realidade eu não sei, mas
vote em mim que eu te conto. (você contrataria um médico que não sabe o que
um "médico" faz???)
Fala 3
Tiririca: Vote no Tiririca. Porque pior do
que está não fica. (A política já é uma piada! Será que devemos mantê-la neste
patamar??)

Vamos refletir...

  1. Ainda é tempo de escolher candidatos comprometidos, de fazer uma revolução na política brasileira. Sejamos mais conscientes!
  2. Denunciem irregularidades, pois morando no planalto central certamente já ouvimos pelo menos uma ou duas histórias de favorecimentos pessoais oferecidos por políticos.
  3. Não votem nos ficha suja! Perdoar é divino, mas apoiar quem nunca teve intenção de mudar é totalmente diferente.

Eu quero um Brasil diferente! E vocês???

Sofia Lisboa - Psicóloga da Clínica Serena de Psicologia

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Convite

Bom dia amigos (as) Serenos (as)!

É com satisfação que convidamo-lhes para o lançamento do Livro: "Gênero e Feminismo: convergências (in) disciplinares", que ocorrerá no restaurante Carpe Diem (104 Sul) - Brasília, às 19h do próximo dia 20. As organizadores deste trabalho fizeram um excelente trabalho e vale a pena conferir.
Aguardo vocês lá.

Forte abraço,
Sofia Lisboa
Psicóloga - Clínica Serena de Psicologia

sábado, 7 de agosto de 2010

Psiquê Magra


Boa Tarde a todos!

Para aqueles que já fizeram várias dietas e voltaram a engordar,no dia 12/08, quinta-feira, iniciaremos um novo grupo do Psiquê Magra, trabalho que participo e tenho o maior orgulho.

È um trabalho conjunto com a Dra. Ana Flávia Máximo - nutricionista (maravilhosa!!!) e que utiliza princípios de reestruturação cognitiva (pensar como magro), psicoeducação e dicas de uma alimentação saudável.

Ainda temos vagas! Vale a Pena!

3346-7118

Psiquê Magra: uma maneira diferente de ver a comida.

Um forte abraço,

Luciana Brasil

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Anfetaminas


Bom dia amigos do blog Serena Psicologia!

Quem nunca sonhou em se livrar de indesejáveis gordurinhas de forma indolor e sem sacrifício?
Percebe-se que muitas pessoas, insatisfeitas com seu corpo e na busca por resultados imediatos, recorrem a cirurgias plásticas e/ou tratamentos medicamentosos. Sendo assim, o uso de Anfetaminas, drogas sintéticas produzidas em laboratório, é um exemplo perigoso do tipo de alternativa “fácil” procurada na busca pela redução de peso. Por isso, considerando-a as anfetaminas como DROGAS, que geram tolerância e dependência química, listarei aqui suas propriedades, efeitos e conseqüências sobre o organismo.

As Anfetaminas são freqüentemente utilizadas por pessoas que querem reduzir o peso ou por indivíduos que querem permanecer acordados. Um exemplo clássico de uso dessa droga estimulante foi o dos soldados da Segunda Grande Guerra, em que eram administradas anfetaminas aos combatentes com o propósito de mantê-los acordados por mais tempo, com menos cansaço, sede ou fome e com maior força física e agressividade.

Para efeito de comparação, as anfetaminas incluem-se no grupo de drogas estimulantes, tais como: cocaína, crack e merla. Drogas essas com efeitos nocivos, capazes de modificar e alterar o comportamento do indivíduo, interferindo diretamente no Sistema Nervoso Central (SNC). E, apesar de as anfetaminas não serem vistas pela sociedade com tanto preconceito como o crack, por exemplo, produzem efeitos físicos que são tão prejudiciais quanto os gerados por qualquer outra droga.

Listaremos aqui alguns efeitos físicos que não são poucos e muito menos brandos:

• estados de alerta exagerado
• insônia
• hiperatividade
• falta de apetite
• sensações aumentadas ou distorcidas
• pupilas dilatadas
• rubor
• agitação
• boca seca
• disfunção erétil
• dor de cabeça
• taquicardia
• batimento cardíaco elevado
• aumento da pressão sanguínea
• febre
• suor
• diarréia
• constipação
• visão turva
• fala prejudicada
• tontura
• movimentos incontrolados
• tremor
• palpitações
• arritmia


Além desses efeitos listados acima, ao utilizá-la o indivíduo é capaz de fazer várias tarefas ao mesmo tempo, entretanto, não consegue concentrar-se em NENHUMA.
Seu uso exagerado, crônico e continuado pode gerar alucinações, estados de paranóia, convulsões, pele seca, acne, palidez, ataques cardíacos e degeneração de determinadas células do cérebro.

O uso dessa substância psicoativa pode gerar uma necessidade física ou psicológica de uso continuado - DEPENDÊNCIA QUÍMICA – e necessidade de doses cada vez maiores para obtenção do mesmo resultado – TOLERÂNCIA. Essa necessidade psicológica gerada advém do desejo de satisfação imediata em que, ao se perceber o “reforço positivo” / os resultados (o emagrecimento, por exemplo), ativa-se o “circuito de recompensa” do cérebro, mantendo dessa maneira o desejo pela droga em um ciclo compulsivo.

Não tão fácil de se livrar da dependência de uso das anfetaminas, o indivíduo ao perceber as conseqüências negativas e caso deseje reduzir ou interromper o uso sofrerá com SINTOMAS DE ABSTINÊNCIA, tais como: ansiedade, depressão, agitação, fadiga, sono excessivo, momentos de compulsão pela droga, apetite aumentado, psicose (que pode permanecer por até um ano) e pensamentos suicidas.
Sintomas esses que variam conforme as condições clínicas do indivíduo, tempo de uso, quantidade ingerida e história de abstinências anteriores.

Agora, pense um pouco, depois de conhecer as propriedades e reais conseqüências do uso das anfetaminas, você ainda quer utilizá-la?? Será que vale o risco ter alguns quilos a menos??

Forte Abraço,
Sofia Lisboa
Psicóloga Clínica Serena de Psicologia

domingo, 1 de agosto de 2010

Cirurgia Bariátrica


http://www.youtube.com/watch?v=DNbDSZElW0M

Oi pessoal,
A nossa preocupação é asaude mental, mas em alguns casos isso envolve
também a saude física, sendo assim temos em nossa clínica tratamento
para obesidade.
Um dos obstáculos ao emagrecimento é o metabolismo lento!
Vamos entender um pouquinho sobre ele na matéria abaixo.
Bjins,
Elis Regina

Entendendo o metabolismo

Fonte: Cyberdiet

http://cyberdiet.terra.com.br/cyberdiet/colunas/040614_nut_metabolismo.htm


Muito se ouve falar em metabolismo, como: “eu engordo porque meu
metabolismo é lento” ou “meu metabolismo não trabalha da forma que
deveria”, então decidimos esclarecer um pouco sobre o tão comentado
metabolismo e também sobre o efeito platô, estado em que o organismo
se adapta a uma restrição energética.

Como definição, o metabolismo é o conjunto de reações químicas
responsáveis pelos processos de síntese e degradação dos nutrientes na
célula. O metabolismo pode estar em estado anabólico, que é a síntese,
ou seja, formação de compostos ou pode estar em catabolismo, onde há
degradação, ou “quebra” de compostos. No emagrecimento, o organismo
está em catabolismo.

O organismo gasta uma quantidade de calorias simplesmente para manter
suas funções vitais quando se está em repouso como respiração e
funcionamento cardiovascular, por exemplo, esse
valor refere-se à taxa de metabolismo basal. Para identificar quantas
calorias são gastas em um dia é necessário incluir alguns fatores como
peso (quem pesa mais possui necessidade calórica maior), idade (com o
avanço da idade o metabolismo diminui), sexo (os homens possuem mais
massa muscular e por isso o metabolismo é mais acelerado) e nível de
atividade física (a atividade física aumenta o metabolismo) que
influenciam o gasto energético do organismo.

Você sabe o que é Efeito Platô ou metabolismo lento?

Dessa maneira sabe-se que cada pessoa possui um gasto diferente e
precisa de energia de forma diferente para se alcançar o objetivo
necessário, seja ele emagrecimento, ganho de peso ou simplesmente para
manutenção do peso atual. O músculo também influencia o gasto
energético, já que esse tecido é metabolicamente ativo e, quanto mais
massa muscular está presente no corpo, maior será o gasto calórico.
Naturalmente, os homens possuem um gasto calórico maior do que as
mulheres já que eles apresentam uma maior quantidade de massa muscular
e menor quantidade de gordura corpórea comparado com as mulheres.

Assim, cada indivíduo possui o metabolismo de uma forma, mais lento ou
mais acelerado. Com o emagrecimento, há uma diminuição na ingestão
energética e, com isso, após um tempo o organismo se acostuma a essa
restrição, requerendo menos energia para suas funções vitais e o
metabolismo diminui, se adaptando a tal restrição.

Esse é o chamado Efeito Platô. Nestas situações, deve-se diminuir
ainda mais as calorias consumidas e aumentar a atividade física para
que o metabolismo faça com que haja um gasto calórico a mais e, assim,
o corpo continua com a eliminação de peso.

Outra alternativa é aumentar as calorias consumidas por um ou dois
meses e em seguida diminuir novamente a ingestão calórica, para que o
organismo não esteja adaptado à restrição calórica e ocorra o
emagrecimento.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Faça sua parte


Amigos e amigas “serenos”,
Aproveitando a postagem anterior, e seguindo a linha de raciocínio do “FAÇA VOCÊ A SUA PARTE!”, quero deixar aqui no blog algumas informações úteis para ajudar aqueles que mais necessitam. Sei que muitos devem ter objetos que não usam mais e, por falta de informação, deixam eles inutilizados, parados em algum canto da casa. Por isso, segue uma lista que já circulou na net e que indica os locais para doações.
Forte Abraço,
Sofia Lisboa

1. Aquele computador que você não usa mais:
CDI - Centro de Democratização da Informática.
É uma ONG que trabalha com a população carente do DF e entorno e que
necessitam de doações de equipamentos
para continuarem o trabalho.
Marco Ianniruberto - Secretário Executivo do CDI-DF diretoria@cdi-df.org.br
Aldiza - aldiza@esquel.org.br
201 Bloco A Sala 123 Brasília - DF
(61) 3322-7233

2 . Fazer crianças felizes doando bicicletas usadas
Rodas da Paz
Como: Recebe doação de bicicletas novas, usadas, com defeitos ou
quebradas. Consertam/Reformam e doam para
creches/crianças carentes . As que não tiverem conserto, eles fazem a
tricicleta para deficientes físicos.
thebruce@terra.com.br
www.osteixeiras.com.br
Maurício 8408.8498
Andréia 9986.2911 / 3447.4551

3. Devolver a boa visão a pessoas que não podem comprar óculos
Voriques Óptica
Como: Recebe óculos com defeitos ou quebrados . Consertam e doam para
idosos e crianças carentes.
Centro Médico de Brasília
SHLS 716 Bloco F loja 16/43
Voriques 3346.6100
Marina/Walace 3346.9692 (marketing)
marketing@voriques.com.br
assessoria@voriques.com.br
Pátio Brasil Shopping - Térreo Loja 104W
3225.8586 / 3223.3496
Centro Comercial Gilberto Salomão - Lago Sul
3248.6952 / 3364.3616

4. Melhorar a qualidade de vida de centenas de família
100 Dimensão
Sônia, Ângela 8442.3275 angel01@hotmail.com
Como: Recebe eletrodomésticos usados e com pequenos defeitos,
restauram e repassam.
QN 16 conj. 5 lote 2 Riacho Fundo II (na entrada)

5. Ajudar a cuidar de dezenas de crianças que foram abandonadas
Aldeias SOS
www.aldeiasinfantis.org.br
Como:Recebe roupas, alimentos, brinquedos,etc

6. Fornecer remédios para quem não pode comprar
Remédios
Recebe doação de remédios
Quem forneceu os contatos foi a Dra. Neide (HRAN) 3325.4249
neide@linkexpress.com.br


7. Hospital de Base
Salvar a vida de muitas pessoas
Doação de Sangue
Como: Doando sangue
SMHS, Quadra 101, área especial, Brasília. Tel: (61) 325-4050 .

Setor Médico Hospitalar Norte, quadra 03, conjunto A, Bloco 03,
próximo ao HRAN, no início da Asa Norte. O
atendimento é feito de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h e aos
sábados das 7h às 12h. Outras informações
pelos telefones 160 e 3327 4424/4410 ou no site www.fhb.df.gov.br

Distrito Federal: Fundação Hemocentro de Brasília. Endereço: SMHN
Quadra 03 - Conjunto A, Asa NorteTelefone:
(61) 327-4462 /64 Fax : (61) 327-4442 Coordenadora: Dra. Maria de
Fátima Brito PortelaEmail: pr@fhb.df.gov.br


10. Disque Saúde - Transplante: 0800 61 1997
Devolver a boa qualidade de vida a uma pessoa
Doação de Órgãos
Como: Doando orgãos. http://dtr2001.saude.gov.br/transplantes/hotsite/

http://www.abto.org.br/populacao/populacao.asp

Central de Captação de Órgãos - SMHS-Hospital de Base do DF, mezanino,
sala 102 (61) 325 5055

11. Participando com gente que combate a corrupção
Combate à corrupção
Como: Veja no site www.amarribo.org.br

12. Agente Cidadão
www.agentecidadao.org.br
adilson@agentecidadao.org.br


13. Doando livros sobre temas ambientais
Associação Amigos do Futuro
Doação de livros, vídeos, revistas, monografias ambientais
Telefone: 3346.0422

14. Se você é jovem e quer se juntar a outros jovens que estão fazendo
algo pelo próximo
ONG Sonhar Acordado
Mateus 9963.9639 3468.3769
mateus@sonharacordado.com.br
Voluntariado - passe um dia com uma criança carente
Doação de roupas, calçados, alimentos,
materiais de construção.


15. Doando kimonos usados
Tranquillini.
Ele dá aulas de judô para crianças carentes de 7 a 17 anos e recebe
kimonos usados.
tel: 3224-7728
e-mail: tranquillini@abordo.com.br

16. Seus potes de vidro usados podem ajudar a salvar vidas de muitos
bebês (e seu leite também)
Campanha de vidros para armazenar Leite Humano
Berçário do Hosp. Santa Helena
Acima de 30 vidros eles buscam em casa
3215.0029
Vidros de maionese, nescafé ou qualquer outro com tampa de plástico.


17. Os livros que você não quer mais não devem ir para o lixo
COPE Espaço Cultural
Compra,vende, troca (novos e usados) livros, bibliotecas, Cd's e RPG
Recebem livros abaixo da 5ª série e doam para escolas públicas.
3274.1017 CLN 409 Bl D lj 19/43 Asa Norte
3201.1017 SIA/Sul Conj. B lojas 418/420 Feira dos Importados

18. Ajuda Brasil: www.ajudabrasil.com.br

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Redução da maioridade penal


Boa tarde amigos do blog Serena Psicologia!

Há alguns dias recebi um e-mail que indicava os 10 motivos da Psicologia CONTRA a redução da maioridade penal e que pedia nossa participação (Psicólogos) em manifesto enviado aos Deputados da Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania. Achei louvável e logo aderi à proposta.
Pensei, contribuo tão pouco na construção de políticas públicas ou na cobrança das promessas dos políticos que elegi, por que não me manifestar por e-mail???? Afinal, meu dedo não iria cair!
O interessante foi que recebi resposta do Deputado Antonio Carlos Pannunzio por ter feito este pequeno ato. O teor da resposta, como podem ver logo abaixo, indicava que alguém estava ouvindo o que tínhamos para dizer. Agora, se ações serão feitas a partir daí ... eu particularmente não sei, mas a VOZ, sim a VOZ, foi dissipada. E por isso, continuo aqui no blog, neste espaço de "compartilhar", a dizer o porquê, nós psicólogos, somos contra a redução da maioridade penal e sugiro que:

*Faça VOCÊ seu pequeno gesto, envie estes 10 motivos para todos aqueles que conhecerem.
*Não deixe que sentimentos de violência e vingança encarcerem jovens que ainda não tiveram a oportunidade de conhecer princípios e uma vida de qualidade!
*COBREM os políticos! São eles os responsáveis pela construção e execução de políticas públicas que retiram nossas crianças/adolescentes da marginalidade.
*Seja VOCÊ coresponsável pela construção de um país livre de preconceitos e violência.




Psicólogos contra o Projeto de Lei da redução da maioridade penal

Prezados senhores Deputados da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania - CCJC

Conheça as 10 razões da Psicologia contra a redução da maioridade penal:

1. A adolescência é uma das fases do desenvolvimento dos indivíduos e, por ser um período de grandes transformações, deve ser pensada pela perspectiva educativa. O desafio da sociedade é educar seus jovens, permitindo um desenvolvimento adequado tanto do ponto de vista emocional e social quanto físico;

2. É urgente garantir o tempo social de infância e juventude, com escola de qualidade, visando condições aos jovens para o exercício e vivência de cidadania, que permitirão a construção dos papéis sociais para a constituição da própria sociedade;

3. A adolescência é momento de passagem da infância para a vida adulta. A inserção do jovem no mundo adulto prevê, em nossa sociedade, ações que assegurem este ingresso, de modo a oferecer – lhe as condições sociais e legais, bem como as capacidades educacionais e emocionais necessárias. É preciso garantir essas condições para todos os adolescentes;

4. A adolescência é momento importante na construção de um projeto de vida adulta. Toda atuação da sociedade voltada para esta fase deve ser guiada pela perspectiva de orientação. Um projeto de vida não se constrói com segregação e, sim, pela orientação escolar e profissional ao longo da vida no sistema de educação e trabalho;

5. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) propõe responsabilização do adolescente que comete ato infracional com aplicação de medidas socioeducativas. O ECA não propõe impunidade. É adequado, do ponto de vista da Psicologia, uma sociedade buscar corrigir a conduta dos seus cidadãos a partir de uma perspectiva educacional, principalmente em se tratando de adolescentes;

6. O critério de fixação da maioridade penal é social, cultural e político, sendo expressão da forma como uma sociedade lida com os conflitos e questões que caracterizam a juventude; implica a eleição de uma lógica que pode ser repressiva ou educativa. Os psicólogos sabem que a repressão não é uma forma adequada de conduta para a constituição de sujeitos sadios. Reduzir a idade penal reduz a igualdade social e não a violência - ameaça, não previne, e punição não corrige;

7. As decisões da sociedade, em todos os âmbitos, não devem jamais desviar a atenção, daqueles que nela vivem, das causas reais de seus problemas. Uma das causas da violência está na imensa desigualdade social e, conseqüentemente, nas péssimas condições de vida a que estão submetidos alguns cidadãos. O debate sobre a redução da maioridade penal é um recorte dos problemas sociais brasileiros que reduz e simplifica a questão;

8. A violência não é solucionada pela culpabilização e pela punição, antes pela ação nas instâncias psíquicas, sociais, políticas e econômicas que a produzem. Agir punindo e sem se preocupar em revelar os mecanismos produtores e mantenedores de violência tem como um de seus efeitos principais aumentar a violência;

9. Reduzir a maioridade penal é tratar o efeito, não a causa. É encarcerar mais cedo a população pobre jovem, apostando que ela não tem outro destino ou possibilidade;

10. Reduzir a maioridade penal isenta o Estado do compromisso com a construção de políticas educativas e de atenção para com a juventude. Nossa posição é de reforço a políticas públicas que tenham uma adolescência sadia como meta.

Resposta do Deputado

Prezada Sofia

Percebi no conteúdo do seu e-mail, o enunciado de um posicionamento bastante lúcido e coerente na análise das aspectos relevantes - e que neste sentido não podem ser desconsiderados -, em qualquer debate acerca da redução da maioridade penal.

Contudo, em que pese o reconhecido valor dos pontos relacionados, declaramente defendidos pelos profissionais de Psicologia, existem aqueles que defendem uma interpretação e tratamentos diversos, e nosso dever como legisladores é de, constatada a controvérsia, saber ouvir as diversas opiniões, sempre sopesando os argumentos que as acompanham.

Do amplo conhecimento dessas manifestações, há de surgir uma interpretação equilibrada, capaz de refletir, nas disposicões constitucionais ou legais, a orientação e diretrizes mais adequadas ao tempo, necessidades e circunstâncias, que caracterizam nossa realidade sócio-cultural e econômica, que, de algum modo, moldam os indivíduos, suas potencialidades e padrões de conduta e que também agem sobre eles, através dos instrumentos de controle social, em nome do interesse coletivo.

Ademais, preocupa-me bastante ver deliberadas proposições, capazes de repercutir profundamente neste complexo contexto, em momento contaminado pela disputa eleitoral, tendente a sujeitar assuntos da maior seriedade à discussão apaixonada, o que pode acarretar distorções, no processo de sua apreciação e decisão, dificilmente reversíveis.

Por isso, inclino-me pela prudência, e assim, mesmo entendendo, simpatizando e até acolhendo os fundamentos de algumas linhas de abordagem dessa questão, apresentados por você, informo que, diante da inclusão em pauta da Proposta de Emenda Constitucional n° 171, de 1993, que trata do tema, e vinte e seis outras proposições a esta anexadas, já havia resolvido anteriormente, junto à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, da qual sou membro:

a) efetuar ponderações com meus pares, que associadas as outras manifestações assemelhadas, resultaram na retirada de pauta da matéria, em 09/06/2010; e

b) apresentar requerimento de Audiência Pública, que permita à atual composição daquele órgão técnico obter subsídios adicionais sobre a questão, o que concretizei em 07/07/2010.

Ao formular meu requerimento, insisti em que, utilizar mais algum tempo na instrução, poderia trazer mais vantagens que desvantagens no encaminhamento desta matéria, demonstrei que a últimas audiências públicas remontavam a 1999 e 2001, o que recomendava novamente a sua realização. Ademais, sugeri nomes, para dela participarem, de estudiosos do tema, com vinculações ao campo do Direito, dada a natureza do foro e suas atribuições, que possam, em suas exposições, assumir posições pró, contra e intemediária, lastreando a avaliação de admissibilidade dessas proposições, frente a preceitos constitucionais aplicáveis.

Dada a sensibilidade da conjunto, a ocorrência da audiência pública possivelmente ficará para depois das eleições. Já as demais questões, sobretudo vinculadas ao mérito, dependerão do exame e deliberação de Comissão Especial, a ser oportunamente constituída pela Presidência da Câmara dos Deputados, além de passar pelo crivo do Plenário da Casa e do Senado Federal.

Com esses cuidados, imagino ter colaborado para um encaminhamento construtivo e adequado do tema, lembrando que na Comissão Especial não faltará oportunidade para que argumentos de mérito, como os constantes de seu e-mail, possam ser recolocados à apreciação, o que defenderei veementemente.

Atenciosamente,

Antonio Carlos Pannunzio
Deputado Federal

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Felicidade Realista


Boa semana a todos,

Abro a semana com um texto que gosto muito que fala sobre a felicidade real versus felicidade imaginária. Afinal, temos que tomar cuidado em não nos tornarmos pessoas eternamente insatisfeitas!
Boa reflexão!

Luciana Brasil

PS.: Este texto circula na internet com a autoria errada (Mário Quintana). Realmente, era difícil acreditar que este iria escrever o termo "sarado".Este texto é de Martha Medeiros, escritora gaúcha e circulou na revista Época em 2003. Vamos dar crédito a quem tem direito!



"FELICIDADE REALISTA"
( Martha Medeiros )

A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote
louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos.
Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis.

Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas. E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito.
É o que dá ver tanta televisão.

Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Ter um parceiro constante, pode ou não, ser sinônimo de felicidade. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio.

Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo,
usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o
suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade.

Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar. É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se.

Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração. Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade.

terça-feira, 20 de julho de 2010

O que é a Terapia com Abordagem Cognitivo-Comportamental?


Hoje resolvi explicar um pouquinho como funciona a terapia Cognitivo-Comportamental, foco de várias dúvidas presentes inclusive ao telefone da clínica.

A teoria Cognitivo-Comportamental é uma abordagem que integra conceitos e técnicas das abordagens Cognitiva e Comportamental no que se refere aos pressupostos teóricos na forma e na prática clínica.

Basicamente, a teoria Cognitiva (Beck) apresenta a seguinte equação:

PENSAMENTO - SENTIMENTO – AÇÃO

Daí, vamos ilustrar o caso do deprimido:

Ele pensa” A minha vida é muito ruim, nada presta” . O que ele sente (baseado neste pensamento – cognição)? Tristeza, vontade de não fazer nada, ansiedade. O que ele faz (AÇÃO)? Dorme, chora, se isola. Assim, ele fez uma ação baseada num pensamento (início da equação) e que nas maiorias das vezes está distorcido.

E aí?

O terapeuta cognitivo entra em ação para contestar este pensamento. Este pensamento está correto? Que indício ele possui que a vida dele é muito ruim, que nada presta? O nada presta não estaria ligado a uma catástrofe?
Assim, o terapeuta cognitivo ajuda a identificar os pensamentos, automáticos, as distorções cognitivas e consequentemente, mudar as ações decorrentes desta forma inadequada de ver o mundo.

Assim, é importante destacarmos que o paciente irá fazer uma Reestrturação Cognitiva, ou seja, pensar de uma forma nova, diferente.

Por outro lado, a teoria Comportamental (Skinner) enxerga o indivíduo como fruto do ambiente e das contigências (história de reforço, punição, esquiva, etc). Daí, o terapeuta deve tentar perceber quais são os mantenedores do quadro apresentado.

Finalmente, a Teoria Cognitivo-Comportamental desenvolveu a idéia de que um problema psicológico pode ser compreendido por três enfoques diferentes ligados entre si: os sistemas comportamental, cognitivo/afetivo e fisiológico.

Deixa-me exemplificar: a ansiedade é vista da seguinte forma (três enfoques):
 Fisiológico: é responsável pela ativação automática de certas sensações, a fim de preparar o corpo para a ação.
 Cognitivo: Distorções cognitivas. Superestimação da probabilidade (certeza que vai acontecer) e catastrofização.
 Comportamental: preocupação excessiva

Por fim, o foco do terapeuta no consultório deve trabalhar os três componentes da Ansiedade:

a) Fisiológico – Relaxamento Muscular (ansiedade e relaxamento são dois estímulos que se inibem de forma recíproca)
b) Cognitivo – Reestruturação Cognitiva
c) Comportamental – Prevenção do comportamento de preocupação e solução de problemas.

È isto! Um forte abraço a todos!

Luciana Brasil – Psicóloga Clínica Serena Psicologia com formação em Análise do Comportamento e Especialização em Teoria Cognitivo-Comportamental

sábado, 17 de julho de 2010

Carpe Diem:Suspenda o a priori

A suspensão do a priori (experiência primeira, vivida anteriormente) consiste em se disponibilizar para viver uma experiência nova. Ainda que a experiência tenha sido vivenciada anteriormente se pode se disponibilizar para vivê-la como se fosse a primeira vez.

Temos dificuldade de perdoar as pessoas e muitas vezes nos perdoar, isso mesmo, muitas vezes devemos o perdão a nós mesmos por nos permitir passar por situações dolorosas que poderíamos ter evitado. Outras vezes devemos o perdão à vida e talvez pudéssemos pensar que em alguns momentos, devemos o perdão a Deus. Ora, quantas vezes parecem termos feito tudo tão certo, conforme manda o figurino e, no entanto parece que o próprio Deus se esqueceu de nós. Isso me lembra a historinha chamada pegadas na areia, mais isto é assunto para outro texto.

Já dizia o filósofo Heráclito de Éfeso que ninguém atravessa o mesmo rio duas vezes, as águas do rio já não seriam as mesmas e nem você seria a mesma pessoa. O problema é que não nos damos conta disso, pensamos prever tudo, com isso a espontaneidade e a criatividade ficam embotadas. Basta nos deparar com uma situação nova, o quanto geralmente ela nos incomoda.

Exemplo disso é a situação de crise. A crise nos empurra para uma mudança forçada, esse é o lado bom dela, a mudança. Infelizmente não a vivemos focados no lado bom. Bom seria que todos nós pudéssemos vislumbrar o lado colorido da vida até mesmo nas situações mais dolorosas. Muitas vezes precisamos de alguém ou mesmo de anos para sermos capazes de enxergar.

Voltando à suspensão do a priori, não é fácil, é um exercício diário. Por exemplo, convivemos com as mesmas pessoas diariamente, dentro da mesma casa, com o tempo deixamos de nos olhar, de nos perceber. Daí quando tiramos um tempinho para olhar um álbum de família nos assustamos com o quanto as coisas mudaram. As roupas são de outro estilo, o corte de cabelo mudou, e os rostos das pessoas estão sem as marcas do tempo. Precisamos nos observar com amor, nos olhar...

Quando uma pessoa não consegue falar bem em público é porque ela não consegue suspender o a priori. Provavelmente ela está presa a experiências passadas que lhe marcou uma baixa auto-estima, ou a uma experiência em que não obteve sucesso ao falar em público. Quando ela se disponibiliza ela coloca a experiência ruim entre parêntesis e se atira a uma nova experiência com a confiança necessária para que dê certo. E se der errado, novamente ela coloca entre parêntesis o passado e de repente as coisas começam a dar certo e a dar certo...

Suspender o a priori é permitir que sejamos emocionados facilmente, que nos encantemos novamente com as rosas daquele jardim que vemos todos os dias, é não nos prender a uma experiência ruim do passado e, mais do que isso, é nos permitir viver uma experiência boa, uma vida nova...


Janaina Bahia – Psicóloga - Serena Psicologia; professora de Psicologia da religião e aconselhamento cristão da faculdade de teologia FATADEB.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Você é assertivo?

As marcas afetivas advindas dos primeiros vínculos carregados de um clima emocional desfavorável ao desenvolvimento psicológico contêm alertas internos que bloqueiam a livre expressão do ser e tornam a conduta repetitiva, massificada e irracional em determinados momentos da vida.

Nas relações interpessoais, assertividade se refere a uma atitude positiva de respostas, nas quais todos os envolvidos sentem-se confortáveis e comprometidos com os resultados a serem alcançados.

O comportamento assertivo é o que torna a pessoa capaz de agir em seu próprio interesse e ser empático (colocar-se no lugar do outro para compreender a situação) Por exemplo, você chega cansado em casa e toca o telefone. É um amigo convidando-o para um bar. Sua vontade é dizer não, mas talvez, por não querer magoá-lo, você aceita o convite. Você acaba de dizer sim quando queria dizer não, ou seja, deixou de ser assertivo. O comportamento assertivo constrói uma comunicação saudável dentro de um grupo, seja ele de amigos ou profissionais.

Lógicas assertivas de conduta são expressões de sentimentos e sensações que orientam a dinâmica psicológica da pessoa em determinados momentos e contextos. Por exemplo: “preciso me anular, para ser aceito”; “Fazendo tudo o que me pedem, terei atenção”; “Vão me perceber, se eu der conta de tudo”; “Se eu expressar minha raiva, vão me rejeitar”. Essas cenas de conduta são construídas por marcas afetivas registradas em vínculos conflituosos.

Na vida pessoal a assertividade traz bem-estar porque a pessoa sente que tem as rédeas da própria vida em suas mãos. A assertividade diminui aquela necessidade de ter aprovação obrigatória de outras pessoas sobre seus atos. Com isso a pessoa torna-se mais autoconfiante e com sua auto-estima equilibrada.

Nossos sentimentos e nossas atitudes devem refletir o presente e propiciar uma perspectiva pessoal sobre os eventos com os quais você está defrontando. Compreender e expressar os sentimentos são a chave para o domínio de nós mesmos, para achar a verdadeira independência, que é atingir a autonomia sobre si mesmo. À medida que a pessoa se abre mais em relação a seus sentimentos, menos necessidade existe de se guardar das coisas ameaçadoras do mundo, porque, em vez de se ocultar dos sentimentos, a pessoa aberta usa-os como um guia que interpreta o mundo que ela está vivenciando. A realidade não pode ser compreendida sem levarmos em conta os sentimentos. A não assertividade é uma condição de desequilíbrio na qual os sentimentos – em vez de serem expressos – são presos numa armadilha. Impedir que os sentimentos se manifestem naturalmente nos faz usar defesas e exaure energias.


Quanto mais os sentimentos são reprimidos, menos energia você tem para ser você mesmo, menos aberto você se torna. Quando os sentimentos escapam para uma direção errada, as defesas tornam-se mais rígidas impedindo uma interação mais espontânea.

O primeiro passo para você se livrar de uma condição não assertiva é se permitir a si mesmo sentir e expressar qualquer emoção que você queira sentir, sem fazer um julgamento de valor. Simplesmente, sinta. Não tenha medo de sentir, pensando que mostrar uma determinada emoção o exibirá sob uma ótica desfavorável. Os seus sentimentos muito lhe podem dizer sobre o mundo e sobre você mesmo, mas eles não devem ser considerados evidência para provar seu valor. Não é simplesmente porque você tem sentimentos de raiva que faz de você uma pessoa “ruim”, assim como atitudes altruístas não fazem de você, necessariamente, uma “boa” pessoa.

Se alguém magoar seus sentimentos, ou lhe provocar dor, exprima sua dor para essa pessoa tão direta e francamente quanto possível. À medida que se torna aberto, você também se torna muito mais consciente de si mesmo. Você passa a identificar mais coisas a respeito de outras pessoas porque pode receber o que vem delas para você, sem distorcer o que vem dos outros com suas defesas.

Petronília Coelho – Psicóloga com formação Cognitivo-Comportamental

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Religiosidade e espiritualidade como fatores de promoção de saúde psíquica

Quando se trata de saúde psíquica o correto é considerar a pessoa como um ser bio-psico-sócio-cultural e espiritual. Para a compreensão do fenômeno psicológico que coloca a pessoa em situação de sofrimento é necessário se atentar para o todo da pessoa.

A religiosidade das pessoas costuma ser pouco explorada por psicoterapeutas, talvez pelo receio de tornar a Psicologia menos científica, pois se sabe que há séculos foi travada uma guerra entre ciência e religião.
Interessante observar que alguns pacientes chegam a dizer: “isso que vou te contar eu só confessaria a um padre”. Seria esse um dos motivos de ainda existir certa rivalidade entre ciência e religião? Seria uma disputa pelo fenômeno a causa de se estranharem?

Sabe-se que, muitas vezes, a busca pelo consultório psicológico vem carregada de desesperança, pois a pessoa já tentou várias alternativas para resolução de seus conflitos. Dentre estas alternativas a busca por uma vivência espiritual pode ter sido frustrada. No entanto, são incontáveis os relatos de pessoas que declaram só ter suportado determinadas situações porque “Deus deu força a elas”.
Existem posicionamentos contrários, porém é inegável que a religião é fator de promoção de saúde psíquica.

A vida é complexa demais para apenas a ciência, ou apenas a religião, ou apenas a filosofia darem conta das explicações para compreensão de tantos questionamentos. Portanto, o inteligente é utilizar as idéias que combinam entre si para promover ajuda a cada paciente. Devemos sim incentivar aos nossos pacientes o desenvolvimento de cada área de suas vidas que ficaram no esquecimento, seja a prática de exercícios físicos, seja o incentivo para cuidar da alimentação, seja a procurar um psiquiatra para verificar a necessidade ou não do uso de medicamento, seja a ida a algum evento religioso, social, e por aí vai. O que se busca é o desenvolvimento e equilíbrio em cada área.

Observemos, por exemplo, um conceito de religião dado por um psicólogo da religião: “os sentimentos, atos e experiências de indivíduos em sua solidão, na medida em que se sintam relacionados com o que quer que possam considerar o divino” (JAMES, 1995). Este conceito menciona a solidão, e coloca a vivência espiritual como possível forma de enfrentamento desta solidão.

O que dizer a um paciente que traz questões relacionadas a morte sem abranger aspectos religiosos? Como tratar o luto sem tocar em tal aspecto? Claro que os recursos do próprio paciente são avaliados e potencializados e de acordo com o adequado para ele se planeja o tratamento.

Ao invés de ficarmos considerando tantas coisas como antagônicas, é melhor observar que há nelas que podem se complementar.

Janaina Bahia – Psicóloga - Serena Psicologia; professora de Psicologia da religião e aconselhamento cristão da faculdade de teologia FATADEB.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Relacionamento pais e filhos ruins e o alcoolismo

Recebi esta matéria e compartilho com vocês.
Abraços,
Elis Regina


Adolescentes que trabalham ou que têm relações ruins com os pais podem estar mais sujeitos ao uso pesado de álcoolEstudo revela que quase 10% dos estudantes fazem uso abusivo de álcool, e que ter pai liberal pode até mesmo piorar o indicador.AGÊNCIA NOTISA.

De acordo com pesquisa publicada na Revista de Saúde Pública, o uso abusivo de álcool pode ser comum entre os adolescentese atinge principalmente os indivíduos com relações ruins com os paisou que já trabalham.

O artigo é da autoria de José Carlos Galduróz, do Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo(Unifesp) e colegas, e foi publicado na edição de abril de 2010 doperiódico.Segundo os pesquisadores, para coleta de dados, foi realizadolevantamento com estudantes de idades entre dez e 18 anos, do ensino fundamental e médio de escolas públicas em todas as capitais brasileiras.

As informações foram coletadas por meio de um questionário anônimo de auto preenchimento com questões fechadas, quefoi adaptado a partir de um modelo utilizado pela Organização Mundialda Saúde. O questionário, conforme explicam, "continha questões sobrefrequência e padrão de uso de drogas, bem como dados demográficos, defrequência escolar, prática esportiva, religião e trabalho. Além disso, foram incluídas no questionário questões sobre relacionamentofamiliar e percepção quanto ao controle exercido pelos pais".Os autores revelam, entre os resultados do levantamento, que "os fatores mais associados ao uso pesado de álcool no mês anterior à pesquisa foram: trabalho formal, idade superior a 15 anos erelacionamento ruim ou regular com a mãe".

Eles afirmam ainda que "A prática de esporte e a percepção de ter uma mãe liberal não apresentaram significância estatística e foram desconsiderados. A percepção de personalidade liberal do pai mostrou-se associada ao usopesado de álcool pelos estudantes".José Carlos e colegas acreditam que "o estudo identificou que o usopesado de álcool entre estudantes do ensino fundamental e médio darede pública das capitais brasileiras está associado a variáveispessoais e familiares. Enquanto manter um bom relacionamento com os pais e seguir uma religião parecem negativamente associados ao usopesado de álcool, trabalhar se mostrou como o fator mais positivamenteassociado.

A prevenção deste comportamento não depende apenas deprogramas por parte do poder público ou privado, mas também dofortalecimento da estrutura familiar", por exemplo.

Para ler o artigona íntegra, acesse:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102010000200006&lng=en&nrm=iso&tlng=ptAgência Notisa (science journalism – jornalismo científico)

Elis Regina, psicóloga com formação em Dependência Química e Especialização em Gestão Estratégica em Recursos Humanos.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Garoto de dois anos fuma 40 cigarros por dia



Bom dia pessoal!
Acredito que muitos de vocês devem ter visto a reportagem do garoto de apenas 02 anos que fuma mais de 40 cigarros por dia. Confesso que fiquei chocada! Apesar de respeitar a cultura de outros países, está fortemente impregnado em meu ser a concepção de que este fato é GROTESCO. Não quero entrar em uma discussão do que é normal e para quem, mesmo porque desconheço as leis da Indonésia e sua cultura. Minha intenção é exclusivamente lembrar que aquela criança encontra-se em fase de desenvolvimento físico, psicológico e social e que o uso do tabaco definitivamente NÃO a tornará uma pessoa mais saudável.
Pergunto-me, onde está o Estado para garantir seus direitos?

Sofia Lisboa - Psicóloga Clínica Serena

terça-feira, 6 de julho de 2010

Relacionamento Amoroso, Auto-estima e Felicidade:


Nestes dias estava pensando em qual assunto escrever e me deparei com relacionamento amoroso. Isto por que uma das maiores queixa de consultório é o tal do amor.

Andrew Solomon no livro “Depressão: o Demônio do Meio-Dia” define Depressão como fracasso no Amor. Será que é tudo isto?
Primeiro, temos que perceber que existem pessoas que são extremamente dependentes do afeto, da atenção, da opinião do outro. Como será que elas se enxergam?

Afinal, auto-estima: auto = eu + estima = valor.
Assim, qual o valor que dou a mim mesmo? Mas, infelizmente vejo muitas pessoas com outro-estima, ou seja, apenas preocupadas com o que as pessoas acham dela.

Algumas pessoas se submetem as situações constrangedoras por que não tem auto-estima e colocam o outro como um Deus. (leiam o post da Janaína: “ A Supervalorização do Ser Amado: Cadê eu?)

Relacionamento Amoroso é importante sim... Mas, você pode ser feliz com um namorado, um marido, um caso eventual...Isto não é o fato mais importante da sua vida! Na verdade, você deve ser feliz e o relacionamento amoroso te deixa MAIS FELIZ.

Até por que vejo muita gente casada ou com relacionamento sério vivendo um inferno. Relacionamento serve para facilitar a sua vida! E não para atrapalhar! E é apenas uma esfera de sua vida. Cadê o resto? Hobbies, Amigos, Religião, Profissão, Esporte. Imagine a sua vida como uma grande pizza: cada pedaço é uma esfera de sua vida. Como ela está dividida? Só tem duas grandes fatias: vida profissional e vida amorosa? Vixe, alguma coisa está errada...

Por que? Porque você coloca todas as suas expectativas nestas duas áreas apenas. E se por acaso isto não der certo? Como você vai ficar? Daí, você corre o risco de cair em depressão nestas horas... Isto por que perdeu várias habilidades sociais: desaprendeu a conversar, a paquerar, a se cuidar, a dar valor nos amigos, a ter uma vida profissional, etc. Meninas, o primeiro marido da gente é o emprego!

Outra coisa: algumas pessoas na ânsia de estar namorando procuram qualquer pessoa, sem definir alguns critérios. A escolha amorosa deve ser RACIONAL. Casamentos que dão certo ocorreram não por que fulano é bonitinho, um amorzinho, etc e tal. E sim por que ele tinha características importantes para ela, ou seja, estava dentro do perfil definido mesmo que inconscientemente.

Por outro lado, não é pra ficar escolhendo demais, senão você corre risco de ficar pra titia...rs. Mas, é preciso saber o que você pode/consegue tolerar. Por exemplo, fulano de tal preenche meus critérios: bom moço, educado, ambicioso, boa profissão, família legal, etc; MAS bebe uma água e deixa o copo no meio da sala, toma banho que nem pato deixando o banheiro encharcado. Você consegue tolerar? Arruma uma boa empregada doméstica e manda bala...

Mais uma coisa: a bibliografia nos diz que existem dois tipos de casais:
a) os alma gêmeas: gostam das mesmas coisas, fazem tudo junto...
b) os diferentes: um gosta de praia o outro de campo, um gasta muito e outro e controlado.

E aí? Qual dos dois? Na verdade, tanto faz... O primeiro tende a encher o saco do outro e se saciar, mais ou menos com taxa de validade. E o segundo tem que ficar negociando o tempo todo, ou seja, as brigas tendem a ocorrerem com mais freqüência. O que tem que ser igual são os princípios MORAIS. Afinal, isto
ninguém negocia!

Por fim, temos que pensar numa felicidade real e não numa baseada em filmes de Hollywood e novelas da Globo.Termino com uma frase de Norman Lear: "A vida é composta de prazeres pequenos. A felicidade é composta desses pequenos sucessos. O grande vêm muito raramente. E se você não colecionar todos estes pequenos sucessos, o grande realmente não significará qualquer coisa." Boa Semana a Todos!

Luciana Brasil - Psicóloga clínica com formação em Análise do Comportamento e especialização em Cognitivo-Comportamental – Serena Psicologia