segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Óculos existenciais: dê um novo colorido à sua vida!!

Gosto de pensar em óculos quando penso em percepção. Costumo fazer esta analogia quando converso com pacientes e alunos. É bom pensar em óculos porque eles podem ser de diferentes formas, cores, tamanhos, marcas... Eu poderia pensar em lentes ou mesmo em “cirurgia de correção de percepção existencial”?? Bom, não gosto de pensar em corrigir ninguém, mas as vezes a percepção de alguém está tão debilitada que devemos tentar ajudar esta pessoa a perceber mais próximo da realidade. Por favor, não entendam que existe uma única verdade em termos de percepção, existem várias...
Certa vez eu estava ministrando aula e apresentei um objeto aos alunos, uma cadeira, como a que eles estavam sentados. Pedi que me descrevessem o objeto. Obtive respostas diferentes de cada um, embora fossem sinônimos, eram palavras diferentes. Depois eu contei uma historinha, disse que aquela cadeira era herança que um tataravô havia deixado para ele (a), e que este tataravô já o amava, mesmo sem conhecê-lo (a) etc... Daí a descrição mudou completamente. Passou a ser carregada de emoção e sentimento...
Isso acontece conosco. Quando algo em nossa vida é carregado de emoção e sentimento a percepção muda. Podemos as vezes sobrevalorizar ou subvalorizar coisas ou pessoas de forma a distorcer a medida que nos permitia uma vivência saudável.
As vezes recebo no consultório pessoas que me descrevem suas vidas como um dia cinza, nublado, frio e, no entanto, insistem em usar um óculos de sol, que deixa a vida delas com um olhar mais sombrio... Daí apresento minha “caixinha de óculos”, ela experimenta alguns, relutante, pois mudar não é fácil! Usa por uns dias, quando gosta, os leva e passa a me trazer outros óculos, daí a própria pessoa começa a ir atrás de seus próprios óculos, é bem interessante.
Existem coisas que somente nós podemos fazer por nós, por mais que alguém queira nos ajudar, nos apoiar, somos nós os responsáveis pela nossa mudança, nossa melhora. Sei que existem fases da nossa vida em que tudo nos parece mais difícil, situações parecem ser forjadas, parece que de propósito contra nós, mas na verdade, estas mesmas situações que antes pareciam forjadas contra nós, podem estar muito a nosso favor, podem estar tentando nos ensinar algo de muito valor. Aqui a diferença é como as percebemos...
Aqui fica o convite: mude os teus óculos existenciais, se permita experimentar algo novo, melhor!!
Ah, e “chega de chorar as pitangas!” (RS), expressão que ouvi e não sei ainda a procedência, se alguém souber, me conte, quero mudar minha percepção...

Janaina Bahia - Psicóloga da Serena Psicologia com abordagem fenomenológica existencial. Professora da FATEDEB.

domingo, 10 de abril de 2011

Especialista acredita que bullying não é causa do massacre em escola do Rio

Boa tarde a todos!

Após esta violência na escola de Realengo, encontrei uma entrevista com um psicanalista no site da revista crescer.
Segue abaixo na íntegra.
Fonte:www.revistacrescer.globo.com

Especialista acredita que bullying não é causa do massacre em escola do Rio

Para o psicanalista Mario Corso, como a maioria das vítimas foram meninas, a intenção do criminoso não era atacar os valentões


Bruna Menegueço


 Shutterstock

Autor do massacre na escolaTasso da Silveira, que terminou com a morte de 12 adolescentes, no Rio de Janeiro, na quinta-feira (7), teria sofrido bullying (atos de violência física ou psíquica), segundo colegas.Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, que cometeu o suicídio depois de trocar tiros com a polícia, sofria calado com as provocações dos colegas. Mas para Mario Corso, psicanalista, membro da APPOA (Associação Psicanalítica de Porto Alegre) e autor dos livros Fadas no Divã: psicanálise nas histórias infantis, em 2005, ePsicanálise na Terra do Nunca: ensaios sobre a fantasia, em 2010 (ambos pela Ed. Artmed), escritos em parceria com sua esposa Diana Corso, essa teoria não tem fundamento. Segundo o especialista, como a maioria das vítimas foram meninas, a intenção do criminoso não era atacar os valentões. Ele explica mais na entrevista a seguir.


CRESCER: Especula-se que Wellington tenha sido vítima de bullying naquele local por isso voltar para a escola para vingar-se? O que o senhor pensa disso?
MÁRIO CORSO: Para mim, isso é uma tese furada. As coisas nos levam a pensar por outro lado. Se ele sofresse bullying, por que iria matar meninas, e não os “valentões”? Na minha opinião, o assassinato de mulheres é uma afirmação viril. Pensando no simbolismo de Simone de Beauvoir, em seu livro O Segundo Sexo, a mulher está ligada ao nascimento porque dá à luz e o homem, como guerreiro, à morte. Wellington quis morrer como homem e encontrou o jeito mais absurdo de “penetrar” essas meninas.

C: A escola poderia ter evitado essa tragédia de alguma forma?
M.C.: Não, de jeito nenhum. Esses ataques psicóticos são casos isolados e o principal problema aqui no Brasil é o acesso fácil às armas. Em uma sociedade desarmada, ele provavelmente teria feito menos estrago, se estivesse usando apenas um canivete, por exemplo.

C: O que os pais têm de fazer se o filho for vítima ou autor de bullying?
M.C.:
Os pais não devem correr atrás de uma coisa que já aconteceu, eles devem estar conectados com seu filho sempre. Cumplicidade com uma criança não se constrói aos 10 ou aos 15 anos, se constrói desde o nascimento ao descer para chutar bola com o filho no prédio. São pequenas atitudes de confiança. Um pouco de sofrimento é inevitável para o crescimento, mas a criança que sofre bullying demonstra sinais. Ela emudece, muda os hábitos, o jeito de se vestir...

C: Existe uma polêmica sobre a obrigatoriedade de um psicólogo dentro de uma escola. O que você pensa sobre isso?
M.C.: Eu acho uma ótima ideia. Se tem alguém ali na escola circulando com o olhar mais atento vai detectar alguns casos como esse. Não todos, mas vai minimizar. Se existir uma política de buscar esses movimentos, detectar e cuidar, eles vão diminuir. Aliás, quanto mais adultos responsáveis dentro da escola, melhor.

C: Se fosse em uma escola particular, teria sido diferente?
M.C.:
Não, também é possível entrar em uma escola particular. Fazer ou sofrer bullying não tem classe social.



sexta-feira, 18 de março de 2011

Sucesso Profissional: Um Passo da Felicidade


A vida profissional é um braço muito importante para a sanidade mental. Isto por que passamos a maior parte de nosso dia e de nossas vidas no trabalho. Assim, um ambiente agradável e uma tarefa prazerosa são pontos chaves para o sucesso.

Mas, o que é pra você sucesso profissional?

Aqui vou receber várias respostas: desde que é ganhar dinheiro, ter reconhecimento, status, fazer o que gosta, etc.

Para a literatura, sucesso profissional atinge três grandes áreas: competências ( o que eu sei fazer), personalidade ( o que gosto de fazer) e mercado de trabalho ( o que o mercado compra). As pessoas que encontram o sucesso profissional mais rápido são aquelas que conseguem fazer uma intercessão destas três áreas.

Por exemplo, Maria é professora, adora crianças pequenas e tem habilidade para lidar com manha, birra e mimo. È provável que ela se torne uma excelente professora de maternal e que consiga reconhecimento em sua área. Quando fazemos o que gostamos, o trabalho fica leve e os resultados são bons. Desta maneira, é muito importante que procuremos fazer o que realmente gostamos e temos competência.

Você já fez o seu planejamento de carreira?

Pensando no que foi exposto acima é imprescindível pensar em sua carreira a curto (3 anos), médio (5 anos) e longo prazo (10 anos). Caso contrário, você corre o risco de chegar na sua velhice fazendo o que nunca gostou e ao invés de sucesso terás um tormento profissional.

Daí, vamos analisar o caso de concurso público. Não que eu seja contra procurar a estabilidade financeira, mas penso ser de enorme importância encontrar uma função que se adapte as suas necessidades. Infelizmente, recebo em consultório muitas pessoas infelizes, deprimidas, ansiosas que passaram num concurso com perfil completamente diferente delas. Daí, entram num círculo vicioso de dinheiro versus insatisfação e não conseguem se realizar profissionalmente. Neste caso, um hobby ou uma atividade paralela é a busca para o equilíbrio mental.

Por fim, pensamos em algumas pessoas que fizeram sucesso em áreas completamente diferentes... será que elas gostam do que fazem? Enfim, para ser feliz profissionalmente é preciso também não ter medo.

Luciana Brasil - Psicóloga da Serena Psicologia com formação em Analise do Comportamento, especialista em Teoria Cognitivo-Comportamental e atualmente aluna da FMUSP/HC – Transtornos Alimentares